Por mais um ano, juntamo-nos ao Jaime e à Calita da Tua Vinharia para uma série de workshops de tricot com o embalo do melhor vinho português.
Desta vez o tricot é o de 5 agulhas, é para iniciantes desta técnica e é a pensar no Natal, que está já ali ao virar da esquina.
Vamos juntar as maravilhas dos presentes feitos à mão à tradição mais tradicional dos presentes de natal: Meias! Meias feitas à mão! Lindo.
Quando ouvi a Isabel e a Tânia percebi que, afinal, tricotavam histórias, usavam a bússola do coração e construíam, a cada passo, um projeto novo.
Estas mulheres arrastam e inspiram quem as ouve a fazer o mesmo.
Saímos dali com vontade de tricotar um novo projeto de vida de, a cada volta e carreira tricotadas, mudar de novelo, de padrão, de ideia, voltar atrás e recomeçar e olhar para o nosso percurso com a sensação de dever cumprido.
Não sabemos se os lavores são pretexto para passear ou se o passeio é pretexto para os lavores. A verdade é que começamos a época como acabamos a transata – com um passeio!
Depois de um julho em grande, com bastantes encontros, passeios, conversas e troca de experiências e saberes, veio o descanso necessário de um agosto em que apenas trocamos palavras pelo whatsapp, sem nunca esquecer que desligar é essencial.
As saudades foram criadas e para as matar só um passeio poderia ser a solução! Juntou-se o útil ao agradável e rumamos às Caldas da Rainha para conhecer o Festival À Procura do Novelo.
Dia a dia estes encontros ganham mais significado, criam laços e propósitos. São cadinhos onde se misturam ideias, sonhos e futuro.
Todas queríamos ir a Cerveira ver os crochets com que a vila se veste. Queríamos ir toda juntas, mas não queríamos o compromisso de alugar um autocarro. Comboio! Apanhar um comboio direto do Porto a esta linda vila minhota era a solução óbvia e tão propícia ao convívio de tricotadeiras e crocheteiras. Sem outro programa que não este: chegar, ver, fazer e desfrutar do tanto que a linda paisagem e o encontro entre todas tinha para dar
Dizem que três foi a conta que Deus fez e por isso só pode ser um bom número para se ter nos alicerces de um projeto. A terceira edição do Festival Lavorada marcará, sem dúvida, o futuro deste projeto que a partir daqui caminha em grupo.
Nunca nos faltam palavras para falar das coisas, das pessoas, dos acontecimentos, mas diante de tantos vídeos, de tantas fotografias, de tantos momentos especiais parece-nos que todas são vãs e não poderão substituir ou narrar as vivências que a preparação deste festival, o dia do festival e os que se seguiram significaram para todos os envolvidos. Não há dúvida que o que de mais importante temos nas nossas vidas são as relações humanas e o que fazemos para as construir. O Lavorada também é isso, um projeto de relações.
Esta é uma introdução muito grande para o convite que este artigo deveria ser, mas é um mal (ou bem) que me assiste: falar muito, pensar ainda mais. Mas é, efetivamente, com um convite que termino:
Venham ao Lavorada, ao Festival do Lavores e façam festa connosco. Festa em tempos em que ela é muito precisa. Festa é alegria e a alegria é a mais brilhante das manifestações humanas.
Realiza-se a 17 de junho a III Edição do Festival Lavorada, no jardim da Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, Póvoa de Varzim.
O festival inteiramente dedicado aos lavores, com uma programação que proporciona aos participantes um dia completo de atividades e muito convívio, mantém a estrutura da segunda edição.
Ao grupo de Malharia, de Leiria, Juntamo-nos nós, o grupo de tricot da Talica, a Marta Ovelha, a Ângela Pontos e Voltas e a Filipa Nionoi. Todas juntas representam milhares de pessoas que encontram nos lavores o melhor lugar do mundo! Esse lugar que se move entre as delícias de ser um espaço só nosso como também ser o amplo lugar que acolhe a felicidade de um grupo com interesses em comum.
Um dia entrei numa loja antiga da cidade do Porto onde na montra o anúncio “máquinas de tricotar” pairava sobre uma série de peças de malha! Pouco depois esse lugar, até aí desconhecido, transformou-se num lugar de visita regular e descobri-me, com espanto, uma espécie de engenheira.
Maria David aceitou o nosso convite e estará na Póvoa de Varzim para ministrar um mini curso de iniciação. Não promete milagres de aprendizagem porque a máquina de tricotar não sendo um bicho de sete cabeças, é um bicho que requer paciência e prática. Mas como altamente viciante, está certa que a semente ficará plantada.