Que fazer com saber fazer?
Aprendemos a fazer crochet, tricot, bordar ou costurar e neste conhecimento abrem-se vários caminhos à nossa frente. Há quem encontre aqui um meio de subsistência, um modo de ensino, um caminho para a arte ou simplesmente, e tão importante, o lugar de refúgio, um lugar só nosso, um prazer.
Numa conversa informal e com possível participação do público, estaremos à conversa com a Maria David Castro (Oficina das Malhas), com a Joana Nossa (Ovelha Negra), Alexandra Macedo (Mi Mitrika), Cláudia Pinheiro (Entre Contos e Pontos) e Sofia Brito, psicóloga. Com elas vamos falar sobre isto, sobre estes possíveis caminhos do "saber fazer". Vamos conhecê-las e ao seu trabalho, discutir o caminho que abre uma nova visão sobre os lavores no século XXI, como estes se adaptam às exigências do design, aos gostos que revisitam outras décadas, trazendo-as para o mercado vintage e ecológico, mas também como estes influenciam o modo de estar e viver. O lado terapêutico e social das manualidades. Cada uma é um testemunho que enriquecerá o Lavorada.
Maria David Castro
Oficina das Malhas é o atelier de Maria David, sediado no Atelier de Costura Portuense, que abre as suas portas a quem quiser aprender a tricotar à máquina. Oferece aulas individuais, em grupo, cursos de iniciação e cursos intensivos. Mas pode ser também um espaço coworking, onde encontra a possibilidade de alugar uma máquina e trabalhar no seu projeto. No seu bonito site junta o amor às malhas e às letras, mundo onde se formou academicamente.
Sofia Brito
Sofia Brito é a psicóloga que nos falará sobre como os lavores atuam no nosso bem estar, na sensação de felicidade e no desenvolvimento psico-motor de uma criança. Tricotadeira desde tenra idade, Sofia constata na prática os ensinamentos que a sua formação académica lhe deu. É também uma poeta e foi ela a autora do nome LAVORADA! Tinha de estar connosco à conversa, pois claro.
Alexandra Macedo
Alexandra Macedo, já conhecida pelo nome da sua marca Mi Mitrika, revela-nos, através do trabalho saído das suas mãos, um mundo minimal, leve e de extremo bom gosto, onde é explícita a sua formação como Técnica Projetista de Vestuário e Modelação. As suas peças combinam cores e texturas de forma exímia, mostrando a potencialidade que os lavores têm na criação de peças de design contemporâneo e com um cunho artístico muito marcado. É sobre o seu trabalho a exposição "intemporalidade de linha e tempo" que estará patente na Galeria da Biblioteca de 18 a 30 de junho. E é também sobre o seu trabalho e os caminhos que percorre que falará connosco.
Cláudia Pinheiro
Cláudia Pinheiro nasceu para criar e para dar. Dar aos mais pequenos todos os seus talentos e com eles construir mundos novos e maravilhosos. Professora de profissão, traz sempre consigo a vontade de ensinar de uma outra maneira, mais criativa, mais perto do coração das crianças. Encontrou na máquina de costura essa outra forma de ensinar, costurando histórias e ensinando a magia de saber fazer.
Joana Nossa
No Porto e arredores ninguém fala de tricot sem falar da Ovelha Negra, loja de tricot portuense pioneira na vontade de juntar pessoas aficionadas pelo tricot. Joana Nossa é a sua criadora e fez da sua loja a sua casa. Local de trabalho porque é lá que ganha a vida, mas uma casa porque é lá que vai construindo amizades e reunindo pessoas em torno da paixão pelo tricot e pelo crochet. Um lugar que é um santuário-tentação e que faz encher muitas casas com lãs nacionais e estrangeiras, tendo mesmo uma marca própria. Joana foi pioneira na realização de encontros e criação de grupos de tricot, numa altura em que ver uma jovem a fazer tricot não passava de uma miúda estranha.