Durante o dia do Lavorada, 18 de junho, propomos aos participantes do festival que façam o registo desse dia magnífico e que partilhem as suas fotografias com a hashtag #instalavorada2022
Claro que esta participação terá de ter olho atento e procurar os melhores ângulos dos lavores, eles são fotogénicos, mas gostam de aparecer sempre bem na fotografia. O pormenor de um ponto especial, as mãos que trabalham, fios que se entrelaçam, convívios de agulhas, aquela perspectiva cónica que mostra toda a festa que vamos fazer neste dia, a yarn bomb... Inspira-te e participa.
O grande salgueiro do jardim da Biblioteca Municipal é, por si só, ponto central, grande árvore para onde convergem todos os olhares. O tronco ideal para receber uma yarn bomb, tal como ficou provado na edição do ano passado do nosso Lavorada. Foi estrela, símbolo do festival com o seu revestimento de linha em forma de crochet, nas suas variadas e alegres cores condizentes com o espírito de alegria e festa que se quer para este encontro dos lavores.
Em 1999, com o seu livro-manifesto “Stitch n’ Bitch Nation”, Debbie Stoller iniciou mais um movimento feminista que pretendia afirmar o lugar da mulher, não dando a esta a possibilidade de entrar na esfera do espaço masculino, mas, precisamente, afirmando o lugar do espaço feminino e abrindo-o e trazendo-o para o espaço público. Os encontros de tricot multiplicaram-se e em cada momento da vida quotidiana era momento de tirar as agulhas do saco e tricotar, em público.
Melhor do que um encontro para tricotar, só um passeio para tricotar, Não acham?
Depois do super cool workshop A Agulha Vai Torta, a malta resolveu elevar a fasquia e fazer com que a agulha, apesar de torta, chegasse ao Douro. Os dias crescem, os primeiros rebentos das vinhas já brotam e o Douro é região que merece ser visitada e desfrutada. Se é para dar às agulhas bebendo um bom vinho português, façamo-lo no Douro vinhateiro. Escolhemos a Quinta da Avessada, em Favaios, freguesia de Alijó.
No passado dia dez de dezembro, as nossas formadoras de tricot, a Ana e a Ana, foram fiandeiras por um dia. Assim se chamava a oficina promovida pelo projeto científico Medcrafts desenvolvido na Universidade do Minho - Ser fiandeira por um dia.
Ao manusear as agulhas do tricot ou crochet, ligando uma linha à outra, o cérebro é estimulado, aumentando os níveis de serotonina e dopamina e diminuição da pressão sanguínea, gerando sensação de bem-estar e relaxamento. Essas sensações levam à autoestima, autoconfiança, criatividade e desenvolvimento de habilidades motoras. Fazer crochet ou tricot requer concentração, raciocínio e coordenação motora, mantendo a pessoa intelectualmente ativa e prevenindo doenças degenerativas, tais como Alzheimer e Parkinson, assim como perturbações do humor e de ansiedade.
Não é por um acaso ou intenção comercial que a Tua Vinharia se junta ao Lavorada para realizar esta série de workshops. A Calita, a proprietária, apaixonada pelo tricot, sempre soube que a mesa de mais de dois metros da loja seria mesa redonda para aficionados do tricot. Reunidas várias paixões e gostos comuns, eis-nos a apresentar o workshop de tricot mais cool de sempre, o A Agulha Vai Torta.
“Os lavores não morrem”, um fio de conversa com duas artesãs poveiras, a Antónia Gomes, criadora da Branco Chá e a Cristina Figueiredo, criadora da Bamboo, a historiadora de arte, Sandra Amorim e a museóloga e directora do MMEHPV, Deolinda Carneiro.
Em dia de sol e muito calor, debaixo das frescas e apetecíveis sombras das árvores...