O projeto científico Medcrafts propôs sermos fiandeiras por um dia e assim foi. No passado dia dez de dezembro, as nossas formadoras de tricot, a Ana e a Ana, rumaram à Universidade do Minho e meteram as mãos na lã, a massa com que elas tricotam o seu valioso guarda-roupa.

A primeira de uma série de conferências e oficinas levadas a cabo pelo projeto e que pretende dar a conhecer os misteres da sociedade portuguesa dos séculos XIV e XV.

A tarde começou com uma pequena, mas muito interessante conferência dada pela Joana Sequeira (doutorada e investigadora na área da produção têxtil no Portugal medieval) que nos deu a conhecer a importância social e económica da produção de lã naqueles séculos.

Seguiu-se a parte prática da tarde, onde podemos seguir, pela mão de Alice Bernardo, criadora da empresa Saber Fazer, os caminhos da lã – da ovelha ao fio.

Velos de ovelhas merinas, campaniças, churras, bordaleiras. Pentear, cardar, fiar. Uma série de nomes que nos era familiar, mas que ditos no ambiente próprio ganham a dimensão do espanto e entusiasmo. Se a lã já tinha um lugar nas nossas preferências, depois de senti-la em estado puro, cheirá-la e perceber a riqueza secular que carrega em cada madeixa, cravou-se definitivamente no nosso coração.

Uma experiência muito enriquecedora e que a poderíamos descrever com mais pormenor, mas preferimos deixar aqui apenas um teaser porque estamos certos que o Lavorada fará com que mais interessadas(os) sejam fiandeiras(os) por um dia.

Podem saber mais sobre o projecto científico Medcrafts, apoiado pela Fundação para a Tecnologia e Ciência, que levou a cabo esta iniciativa, visitando o seu blog e ainda espreitar mais fotografias da oficina aqui, para além das que replicamos abaixo.